Queremos um amor que cure
Uma cura que não doa
Uma dor, se inevitável, que não dure.
Queremos um beijo ardente
Que apague a solidão
Que congele a amargura e
consuma a tristeza.
Queremos a segurança de escolher
As garantias de estar e não ser.
Queremos a estabilidade
Que nada nos dá senão a certeza do
óbvio
Queremos ir para o céu
Mas não queremos morrer.
Quero sair de mim, me observar por um
dia
Me ver como sou visto, me distanciar
do centro
Talvez eu visse o vilão, que incomoda
Talvez eu visse o herói que insiste
em salvar
Quem não quer socorro.
Quero querer coisas simples
Silenciar a indiferença e gritar
Não permitir que o ontem impeça o
amanhã
Dizer ao inimigo que não perca tempo
me odiando
Quero compor uma música.